sexta-feira, 30 de julho de 2010

Aula 9: Geografia Economica I

Um pouco de Economia...
O Capitalismo é um sistema sócio-econômico caracterizado, em breves palavras, pela propriedade privada dos meios de produção, trabalho assalariado, bem como uma economia de livre-mercado.
Outras condições comumente associadas ao capitalismo são a presença de agentes investidores em troca de lucros futuros, como na bolsa de valores mobiliários; a existência de financiamento via juro; moeda não-neutra e a ocupação de trabalhadores segundo um mercado de trabalho. As sociedades modernas possuem, em geral e principalmente após o estouro da bolha especulativa com ativos financeiros, que culminou na Crise Financeira de 2008, uma mistura de propriedade privada e ligeiros controles governamentais.
O capitalismo, como sistema econômico e social, constituiu-se, historicamente, com o declínio do feudalismo na Europa e passou a se desenvolver no mundo ocidental a partir do século XVI. A transição do feudalismo para o capitalismo, porém, ocorreu de forma bastante desigual no tempo e no espaço: mais rápida na parte ocidental da Europa e muito mais lenta em suas porções central e oriental, para, então, disseminar-se pelo mundo via movimentos coloniais e neocoloniais.

Um pouco de História...

O Reino Unido foi, por várias razões, o país pioneiro dessa transição.
Fundamentalmente, ele foi o primeiro país que reuniu condições básicas para iniciar um processo de industrialização: a primeira revolução burguesa da história - Revolução Gloriosa (1688-89) - que culminou na ascensão política da burguesia mercantil, o acúmulo de reservas e capitais, fruto de intenso comércio realizado na Idade Moderna (1453-1789) e que foram essenciais aos investimentos em infra-estrutura urbana, disponibilidade de matérias-primas e de energia, bem como avanços técnicos. Faltava, porém, sem a força de trabalho, esse sistema não funcionaria: Com as Leis dos Cercamentos (Enclosure Acts), nas últimas décadas do século XVII, as terras - que em grande parte eram comunais (pertenciam à nobreza mas eram cultivadas por camponeses, onde, de forma comunitária, obtinham seu sustento, produzindo alimentos e trocando-os por bens com outros camponeses), foram cercadas, privatizadas. Com isso, a
atividade agrícola de subsistência fora gradualmente substituída pela criação de carneiros, afim de fornecer lã à nascente indústria textil, bem como os camponeses foram expulsos para as cidades. Essa massa de trabalhadores converteu-se no empobrecido proletariado urbano, que passou a trabalhar na recente indústria britânica. A partir de então, começou de fato a se estabelecer uma relação capitalista de produção baseada no trabalhado
assalariado. O filósofo e economista alemão Karl Marx (1818-1883) atribui à superexploração do operário a possibilidade dos altos lucros industriais e empresariais, que permitiram a constante reprodução dos capitais. Isso foi tornando a relação de sobrevivência humana cada vez mais inserida no capitalismo.

Um pouco de Sociologia...
O sistema capitalista apresentou grande dinamismo ao longo de sua história, durante a qual evoluiu gradativamente e foi se transformando à medida que os desafios surgiram. Com o tempo, submeteu outras formas de produção (comunitária, camponesa, "socialista", etc...) até se tornar hegemônico. Tamanha sua capacidade de agregar novos valores, aparentemente contraditórios, que hoje nós presenciamos os fenômenos capitalistas "Pequenas Igrejas, Grandes Negócios", "Socialismo Chinês" e por aí vaí...

Um pouco de Política...
Desde a queda do Muro de Berlim (1989) e o desmembramento da URSS (1991), dois
eventos que marcaram o fim do sistema sócio-econômico conhecido como socialismo, pode-se afirmar que o capitalismo predomina em todo planeta, apesar de ainda encontrarmos em lugares diversos comunidades que preservam o trabalho e usufruto comunitário dos modos de produção e de sua riqueza, como tribos indígenas brasileiras, ou a nascente Economia Solidária, que, por via de cooperativas, trabalha com a gestão coletiva de empresas - onde o "patrão" do negócio é o conjunto de trabalhadores que o sustentam.
Mesmo assim, países controlados por partidos comunistas, como a China por exemplo, hoje vivem sob a lógica capitalista (exploração do trabalho é fonte de lucro; lucro acumulado é reinvestido para obtenção de mais lucro, dando origem a um sistema cíclico de lucro gerador de mais lucro, capital gerador de mais capital). Não por acaso, o termo globalização - derivado da palavra "globo" - tornou-se representativo da atual etapa expansionista desse sistema sócio-
econômico.

Um pouco de Relações Internacionais...

Com o fim da Guerra Fria, falou-se muito sobre a existência de uma "nova ordem mundial", na qual teria ocorrido a vitória do capitalismo e da "democracia norte-americana". Segundo o filósofo e ideólogo do Departamento de Estado dos Estados Unidos, Francis Fukuyama, em obra de 1989 ("O fim da história e último homem"), o modelo político e econômico norte-americano se tornaria dominante e não haveria mais conflitos.
Mesmo que aceitemos o sistema capitalista tal como, é discutível afirmar que ele seja melhor que o socialismo. Segundo alguns autores, como o sociólogo alemão Robert Kurz, o socialismo que fora executado na Rússia e nos países do Leste Europeu, cujos poderes políticos e econômicos se concentravam nas mãos da elite dirigente do Partido Comunista, em nada se diferenciava do capitalismo no que diz respeito às relações de produção e trabalho (Trabalho explorado para
geração de Lucro).

Mais um pouco de Economia...

O capitalismo é um sistema dinâmico, produtivo e competitivo. Porém, não podemos nos esquecer que os países subdesenvolvidos, onde reside 4/5 da população mundial também são capitalistas e muitos deles não tem perspectiva de superar sua pobreza tão logo. Problemas como desemprego, concentração de renda, esgotamento dos recursos naturais e consumo desenfreado foram criados pelo capitalismo.
Segundo Karl Marx (em livro da editora ática organizado pelo sociólogo e político Florestan Fernandes, 1983),
o trabalho produz maravilhas para os ricos, mas produz desnudez para o trabalhador. Produz palácios, mas cavernas para o trabalhador. Produz beleza, mas mutilação para o trabalhador. Substitui o trabalho por máquinas, mas joga uma parte dos trabalhadores de volta a um trabalho bárbaro e faz da outra parte máquinas. Produz espírito, mas produz idiotia, cretinismo para o trabalhador.
A desigualdade social, como problema sério da atualidade, é de natureza puramente econômica e deu origem ao chamado conflito "Norte" x "Sul": Os países desenvolvidos se designariam como os países do norte e os países subdesenvolvidos como os do sul. A fronteira entre esses dois mundos obviamente não é a Linha do Equador.
Apesar de bastante esquemático esse conflito, há países que ainda são "inclassificáveis", visto que muitos países se encontram em estágio acelerado de transição, superando algumas dificuldades culturais que permitiria classificá-los como subdesenvolvidos, ao mesmo tempo agravando outras que jamais nos permitia classificá-los como desenvolvidos - Brasil, China, Índia, África do Sul etc...


Mesmo problemática, a regionalização "Norte" x "Sul" típica da Nova Ordem Mundial, substituiu a divisão já muito ultrapassada dos três mundos - 1o mundo: Países Capitalistas Desenvolvidos; 2o mundo: Países Socialistas; 3o mundo: Países Capitalistas Subdesenvolvidos - típica do Pós II Guerra Mundial e Guerra Fria.

A Estrutura Econômica da População

Os orgãos que estudam o mercado de trabalho classificam os membros das populações em dois grupos: População Economicamente Inativa (PEI) e População Economicamente Ativa (PEA). O primeiro grupo conjuga mulheres que trabalham em casa, crianças, idosos, estudantes e cidadãos não tem renda, sendo dependentes de outra pessoa ou do Estado. O segundo grupo inclui todos os habitantes, com idade superior a 15 anos, que estejam empregados e exercendo atividades com vínculo profissional regularmente formalizado e os desempregados que estejam procurando emprego há menos de um ano. Nos países considerados desenvolvidos, a PEA costuma ser elevada em relação a PEI. Já naqueles onde a PEA é reduzida, o número de dependentes é muito mais elevada.
A partir da década de 1950, quando se generalizou o fenômeno de urbanização em todo o planeta, bem como foram conquistados alguns direitos às mulheres antes somente exclusivos aos homens, temos assistido ao fenômeno de crescimento do emprego feminino em relação ao masculino. Uma das razões para isso é que muitos empregadores e capitalistas pagam às mulheres salários menores que aos homens, o que aumenta a disponibilidade de lucro das empresas.

Os Setores de Atividades na Economia

As atividades de trabalho humano dividem-se em três categorias principais: o Setor Primário (Atividades associadas ao aproveitamento da matéria prima, produtos em estado bruto, sem transformação; São exercidas fundamentalmente em zonas rurais e englobam o extrativismo vegetal, mineral, agricultura e pecuária), o Setor Secundário (Atividades que envolvem a transformação de bens primários em bens de consumo, com a participação de processos mecanizados e industriais; Atividades da Indústria, extrativismo mineral mecanizada, construção civil e beneficiamento de minérios) e o Setor Terciário (Atividades fundamentalmente urbanas e ligadas ao comércio e à prestação de serviços em geral, incluindo os de natureza financeira, como a atividade bancária).
A modernização da agricultura, que acompanhou a Revolução Industrial, reduziu a absorção de mão-de-obra pelo setor primário da economia, o que não significou o enfraquecimento desse setor, mas sua modificação como concentrador de trabalhadores. Isso também ocorre om o setor industrial em razão de sua modernização e automatização.

O Índice de Desenvolvimento Humano

Antes da década de 1980, a Organização das Nações Unidas (ONU) avaliava o grau de desenvolvimento entre os países levando em conta alguns parâmetros tais como saldo da balança comercial, taxa de crescimento econômico, quantidade de aço produzida, quantidade de energia consumida por habitante e outros. No entanto, o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) percebeu que esses indicadores nada de real sinalizavam sobre a qualidade de vida daquelas pessoas.
Por isso, a partir de 1975 a ONU passou a adotar como critério de avaliação da qualidade de vida da população um indicador conhecido como Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), onde são levados em consideração expectativa de vida (Medidor de Saúde), nível de escolaridade da população (Medidor de Educação) e renda per capita (PIB/Número de Habitantes).
O valor desse índice vai de 0 a 1 (quanto maior, melhor a qualidade de vida da população) e é classificado em três faixas de IDH: de 0 a 0,5 - baixo; 0,5 a 0,8 - médio; 0,8 a 1 - alto.
De 1975 - quando o IDH começou a ser calculado - a 1997, o país com mais alto desenvolvimento humano era a Suíça. A partir de 1998, o Canadá assumiu essa posição, bem como em 2003 a Noruega apareceu como o país de mais alto IDH. Em artigo publicado em 7 de Outubro de 2009 no site Mundo Vestibular podemos visualizar o Ranking Completo do IDH 2009.
Detalhe para o Brasil que, segundo esta metodologia de avaliação do desenvolvimento humano, desde 2007 deixou o nível de Médio Desenvolvimento para englobar o grupo de países com Alto Desenvolvimento Humano. De acordo com o ranking divulgado, o Brasil ocupa a 75a posição.

Bibliografia da Aula:
MOREIRA, João Carlos & SENE, Eustáquio de. "Geografia Geral e do Brasil: Espaço Geográfico e Globalização. Editora Scipione. 2a Edição. 2005. São Paulo.
Definição de Capitalismo na Desciclopédia.

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Aula 8: Geografia da População

População

População é o conjunto de pessoas que residem em determinada área. Esse espaço geográfico pode ser um bairro, um município, um estado e até o planeta todo. Ela pode ser classificada segundo vários aspectos, tais como: religião, etnia, local de moradia (urbana ou rural), atividade econômica (ativa ou inativa), faixa etária e gênero. Não se deve confundi-lo com o conceito de nação, que aqui será tratado como etnia (grupo de pessoas que possuem a mesma história e cultura). A exemplo, no brasil existem diversas nações indígenas minoritárias, os Tupiniquim, os Tupinambá, os Caiapó, os Cariri, os Xavante, etc.

A População Absoluta é número total de habitantes, enquanto a População Relativa é o número de habitantes por quilômetro quadrado. Esse conceito também é denominado Densidade Demográfica.

Quando nos referimos à população de um país, podemos considerar os conceitos de País Populoso e País Povoado, que envolvem, respectivamente, População Absoluta e População Relativa. Um país muito populoso (por exemplo, China, Índia, Estados Unidos, Indonésia, Brasil, Rússia etc.) envolve uma população numerosa em números absolutos, bem como um país muito povoado envolve uma população numerosa em número relativos (Indonésia, Holanda, por exemplo). Às vezes um país pode tanto ser populoso como povoado, mas isso nem sempre ocorre (caso da Rússia, por exemplo).


O Crescimento Demográfico, ou seja, o crescimento populacional de um lugar, está ligado a dois fatores: Crescimento Vegetativo (nº de nascimentos – nº de mortes) e Taxa de Migração (nº de entrada – nº de saída).

Teorias de Crescimento Demográfico

A Teoria Malthusiana, de 1798, fora escrita pelo economista inglês Thomas Malthus e se baseava em duas idéias: A população cresce em Progressão Geométrica (2, 4, 8, 16, 32...sim, a PG da Matemática!) e, tenderia, em não caso de guerras, epidemias, a duplicar a cada 25 anos. Ao mesmo tempo, a produção de alimentos cresceria apenas em Progressão Aritmética (2, 4, 6, 8, 10...claro, a PA da Matemática...) e possuiria um certo limite de produção, por depender de um fator fixo, que é a extensão do espaço geográfico. Malthus concluiu que o ritmo de crescimento da população seria mais acelerado que o da produção de alimentos e previu o esgotamento das áreas cultivadas enquanto a população continuaria em expansão. A conseqüência disso seria a fome e a falta de alimentos. Como crítica, pode-se dizer que, apesar do rigor de sua idéia, Malthus, pastor anglicano, desconsiderou as possibilidades de desenvolvimento de tecnologias aplicadas à agricultura, o que, nos séculos que se seguiram, nos permitiu observar a elevação da produtividade da terra e os efeitos decorrentes da urbanização e evolução demográfica.

A Teoria Neomalthusiana data do fim da Segunda Guerra Mundial e conclui, de forma similar a Malthus, que a superpopulação dos países causaria dificuldades à sociedade. Isso estaria resumido na pobreza de alguns países. Novamente os teóricos explicavam o subdesenvolvimento pelo crescimento populacional. Isto provocaria a elevação dos gastos governamentais com os serviços de educação e saúde e comprometeria a realização de investimentos nos setores produtivos, dificultando o desenvolvimento econômico.

A Teoria Reformista ou Marxista, assim, surge como contrapartida a Teoria Neomalthusiana. Segundo os defensores dessa corrente, a superpopulação de alguns países é que é consequência da pobreza e subdesenolvimento dos países e não, como afirmam os neomalthusianos, a causa.

Crescimento Populacional e Urbanização

Atualmente, o que se verifica na média mundial é uma queda dos índices de natalidade e mortalidade – muito embora alguns países ainda as mantenham elevadas. Essa queda está relacionada ao fenômeno de êxodo rural (saída de pessoas do campo para a cidade.), o que implica em alterações no comportamento demográfico, tais como:




- Maior custo de vida
- Acesso a métodos anticoncepcionais
- Incorporação da Mulher ao Mercado de Trabalho
- Aborto
- Acesso a assistência médica, saneamento básico e programas de vacinação
A Transição Demográfica

Como se pode observar, a demografia passou por profundas alterações desde o advento do capitalismo como sistema produtivo vigente, bem como se intensificou o fenômeno de urbanização. Os geógrafos usam a denominação Transição Demográfica para designar esse comportamento populacional, que, classicamente, se dividiria em 4 fases.

Fase 1
A natalidade descontrolada era altíssima, bem como era alta a taxa de mortalidade, observado via guerras, epidemias e baixas condições sanitárias e de higiene.
Resultado: Pequeno crescimento populacional.
Fase 2
Reduzem-se os índices de mortalidade motivados por diferentes razões ligados à urbanização: melhoria nas condições sanitárias, a evolução da medicina, resultando num aumento da expectativa de vida. Porém, os índices de natalidade ainda continuam elevados. Em muitos países, essa fase teve início concomitante ao início de seus processos de industrialização, sendo ainda característico em muitos países subdesenvolvidos.
Resultado: Alto crescimento Populacional

Fase 3
Inicia-se uma queda na taxa de natalidade características de países onde predomina a ocupação urbana: Alto custo de vida, trabalho feminino, maior acesso à métodos anticoncepcionais.
Resultado: Ritmo de crescimento vegetativo ainda positivo, porém cada vez mais reduzido.

Fase 4
As taxas de natalidade caem à níveis tão baixos quanto os índices de mortalidade. Estabilizado o crescimento populacional.

Resultado: Pouco ou nenhum crescimento vegetativo.

Para uma fase 5?
Enquanto o modelo original de Transição Demográfica descrito por Warren Thompson apresenta apenas quatro fases, atualmente se aceita uma possível quinta fase, onde a taxa mortalidade, apesar de baixa, superará a natalidade, com esta beirando a 0, uma vez que o alto custo familiar implica na opção pelo mínimo de filhos para manter o padrão de vida. Esse efeito é muito temido por economistas, e já está iniciado em países como a Alemanha, Itália, França, pois com crescimento vegetativo negativo, a população caminha para um futuro próximo com muito mais idosos do que jovens.
Resultado: Uma vez que uma população jovem pode ser enxergada como possibilidade de população economicamente ativa, estima-se que, com a intensificação desse fenômeno, possa haver um enorme déficit na previdência desses países.



No Brasil, pode-se destacar que a diminuição do crescimento vegetativo, decorrente da baixa mortalidade unida à redução da natalidade tem ocorrido, principalmente, desde meados da década de 1960. A transição demográfica que caracteriza o Brasil acelerou-se, assim, na década de 1970, conforme aumenta a expectativa de vida e estabilizam-se as taxas de natalidade e mortalidade.

Estrutura Etária

Algumas características econômicas e sociais de um país podem ser observadas na estrutura etária de sua população. Para se poder fazer esse tipo de análise, deve-se entender que a pirâmide etária, o tipo de representação gráfica mais comum para as diferentes faixas de população população aparece em faixas de idade divididas, geralmente, de 5 em 5 anos onde, cada uma dessas faixas tem seu valor correspondente em quantidade de pessoas ou em % da população, expresso através do tamanho da barra.

Como observamos no item sobre Transição Demográfica, alguns países tem o Crescimento Vegetativo mais elevado, em sua maioria atual, subdesenvolvidos, bem como aqueles que tem o Crescimento Vegetativo Baixo ou Nulo são os países desenvolvidos.

Assim, podemos dizer que uma pirâmide etária com base muito larga e ápice muito fino representa uma população que ainda sofre com altas taxas de mortalidade e natalidade e baixa expectativa de vida. Já uma pirâmide etária de países sem essas problemáticas, e alta expectativa de vida parece ter uma população mais bem distribuída em todo o gráfico etário.

Segue a imagem:













Migração

O deslocamento de pessoas entre países, regiões, cidades é um fenômeno antigo, aplo e complexo e envolve as mais variadas classes sociais, culturas e religiões. A Geografia busca identificar esses movimentos e analisar seu fundamento causal. Existem, por exemplo, causas naturais, religiosas, políticas que são associadas a esses movimentos de deslocamento. Porém, o que tem se verificado é uma predominância histórica relacionada a fatores de ordem econômica, os quais denominam quais são as áreas de repulsa populacional - áreas de crescnte desemprego, subemprego e piores condições de vida - e aquelas de atração populacional - melhores perspectivas de emprego, salários e vida.

Há diferentes movimentos populacionais: voluntário, quando o movimento é livre; forçado, como em casos de perseguição religiosa, política ou étnica; e, por fim, controlado, quando o Estado controla numéricamente ou ideologicamente a entrada e a saída de migrantes.

Qualquer deslocamento de pessoas traz consequências demográficas - número de habitantes aumenta nas áreas de atração e diminui nas de repulsão - e culturais - língua, religioão, culinária, arquitetura, etc. Enquanto se limitam a aspetos culturais, as consequências costumam ser positivas. Porém, a face perversa dos movimentos migratórios surge com o crescimento dos conflitos relacionado à xenofobia (ódio do estrangeiro). Em muitos lugares, os movimentos separatistas e neonazistas têm aumentado de modo considerável. A Europa, em 2004, era a maior receptora de imigrantes do planeta (54 milhões), seguida pela Ásia (41 milhões) e América do Norte (40 milhões).

A Migração no Brasil

De acordo com a historiografia brasileira, os movimentos migratórios, desde o período da colonização está asociado a fatores econômicos. Quando terminou-se o ciclo da cana-de-açúcar no Nordeste, por volta de 1700, iniciou-se um movimento de emigração dessa região, a acompanhar o novo ciclo que se estabelecia a região Sudeste, mais precisamente em Minas Gerais: o ciclo do ouro.

Mais tarde, o ciclo do café e o processo de industrialização transforou o eixo Rio-São Paulo no maior pólo de atração de imigrantes, incluindo brasileiros e estrangeiros. Somente a partir da década de 1970, com o início de políticas públicas de incetivo à ocupação da região Norte e Centro-Oeste e fenômenos de descentralização e desconcentração industrial é que o fluxo migratório interno começou a se diversificar e diminuir, com relação ao Sudeste.

O que parece estar se verificando é que, qualquer egião do país que receba investimentos produtivos públicos ou privados, que aumentem a oferta de emprego, receberá também pessoas dispostas a preencher os novos postos de trabalho. Esse movimento tem feito "pipocar" médios centros urbanos no inteior de São Paulo - Campinas e região, Ribeirão preto, Sorocaba e São José dos Campos.

Estima-se que entre 1950 e 2000, 50 milhões de brasileiros rocaram o campo pela cidade. Esse êxodo rural precarizou a vida urbana, ao mesmo que mecanizava a agricultura, expulsando cada vez mais mão-de-obra do interior para as cidades e concentrando a posse de terra. O processo de industrialização, no Brasil, caracterizado classicamente pela insuficiência de investimentos públicos em infra-estrutura (habitação, áreas de lazer, saúde, educação, etc.) concomitante à entrada crescente de população nas cidades fez esta crescer desmensuradamente, o que reduziu os vazios demográficos nos limites desses grandes centros urbanos, dando origem às regiões metropolitanas (conjuntos de cidades com forte integração socio-econômica) onde pode-se observar os movimentos de migração pendular (Movimento diário da população de uma cidade, onde mora, para outra, onde trabalha).

No caso do brasileiro imigrante para o estrangeiro, os países que mais os tem recebido são Estados Unidos, Japão e Europa (em especial Portugal, Espanha, Itália e Alemanha), entre outros, uma vez que, comparado à esses países, os salários e as condições de vida no Brasil, não eram, pelo menos até algum tempo atrás, tão atrativos. Já no caso dos emigrantes, pode-se destacar os bolivianos como a principal nacionalidade a incorporar a população brasileira.

Ocê pricisa sabê...

1. Explique a diferença entre população e nação.

2. Que fatores influenciam no crescimento populacional? Por que, com a urbanização, há uma queda nos índices de mortalidade e natalidade?

3. Explique, suscintamente, as conclusões a que os grupos teóricos das três teorias populacionais chegaram?

4. "Dizer que um país é povoado é a mesma coisa qu dizê-lo populoso.". Esta afirmação está correta? Explique.

5. Quais são as causas e os efeitos dos movimentos populacionais?

6. Diferencie, com ajuda de um desenho simplificado, a pirâmide etária típica de um país subdesenvolvido e de um país desenvolvido.

7. Estabeleça as relações entre os seguintes fenômenos: Êxodo Rural e Migração Pendular.

Bibliografia da Aula:
MOREIRA, João Carlos & SENE, Eustáquio de. "Geografia Geral e do Brasil: Espaço Geográfico e Globalização. Editora Scipione. 2a Edição. 2005. São Paulo.
Vídeo "Geografia da População". Professor Euler Figueiroa. 2010.
*Atenção aos dados quantitativos sobre a população mundial: Atualmente, a população mundial é de aproximadamente 6,6 bilhões de habitantes, e não mais de 7 bilhões como aparece no vídeo (tela verde)
*Reparem na reportagem da Band sobre IDH. Será tema da próxima aula (Aula 9 - Geografia Econômica I).