Estudando Xeografia
Blog do Curso de Geografia do Cursinho Eureka!
sexta-feira, 15 de outubro de 2010
Aula 14: Geopolítica I
Ao fim da II guerra Mundial, a derrota das forças do Eixo (Alemanha, Japão e Itália) e, ao mesmo tempo, o enfraquecimento econômico militar e político do reino Unido e da França, levaram o mundo, politica e economicamente, a grandes transformações. Esse período denominado guerra fria, que se estendeu até o final da década de 1980, se caracterizou pela hegemonia estadunidense no bloco capitalista e, paralelamente, a hegemonia soviética sobre sua área de influência (que, mais tarde, ficaria conhecida como bloco socialista); a participação tanto dos Estados Unidos quanto da URSS na II Guerra Mundial foram decisivas na vitória contra o Eixo.
Durante esse período o mundo ficou marcado pela bipolarização de poder entre estes dois países, ao buscarem ampliar suas zonas de influência. Para isso, mergulharam numa corrida armamentista - na tentativa de chegar a um equilíbrio de forças bélicas. Segundo o filósofo e politicólogo Aron, Guerra Fria, paz impossível, guerra improvável (ARON, Raymond. 1957); uma vez que a superpotências apresentavam um antagonismo essencial, porém, assegurado pela premissa de que o conflito bélico implicaria em destruição mútua, dadas as experiências anteriores com arsenal militar. Assim, pode-se dizer que, ridiculamente, produziam-se armas, mas não eram utilizadas...tudo isso por quê, então? Para que essas duas superpotências conjurassem a chamada "Paz Armada" e movimentassem o crescimento de suas respectivas economias a ritmo vertiginoso, alimentando a expansão de suas áreas de influência.
Bom, voltando ao produto da II Guerra Mundial, também é possível se dizer que, apesar de terem lutado contra o inimigo comum - o Nacional Socialismo, ou Fascismo (Nazismo, somente no caso alemão) - os estadunidenses conseguiram, diferentemente dos soviéticos, manter intactas suas cidades, indústrias e propriedades, o que garantiu empenho na tarefa de reorganizar o mudo capitalista sobre sua hegemonia ao exportarem sua cultura e modo de vida ao Ocidente.
Assim, a Guerra Fria dividiu o mundo em blocos geopolíticos e ideológicos rivais; antagônicos; conflito leste x oeste; conflito ocidente x oriente; economia de mercado x economia planificada. Ela estendeu-se até o desaparecimento dos principais símbolos culturais desse período: O Muro de Berlim, em Novembro de 1989, a reunificação da Alemanha em Outubro de 1990, o desmantelamento do Pacto de Varsóvia em Abril de 1991 e a Dissolução do império soviético em Dezembro de 1991.
A Reordenação Econômica
Na Conferência de Bretton Woods, realizada em 1944 nos Estados Unidos, o país anfitrião lançara, reunido a 44 países aliados, um plano que visava a reconstrução e a estabilidade da economia mundial após o término da guerra. Apesar da participação de várias nações - inclusive URSS e Brasil - quem ditou as regras da cúpula foram os estadunidenses e, em menor grau, os ingleses.
Durante a Conferência foram constituídos dois organismos até hoje muito atuantes no cenário político, econômico e financeiro mundial: O Banco Internacional de Reconstrução e Desenvolvimento (Bird), mais conhecido como Banco Mundial, e o Fundo Monetário Internacional (FMI), ambos com sede em Washington; essas organizações, assim, já nasceram controladas pela potência hegemônica. Para complementar as medidas econômicas idealizadas em bretton Woods, foi constituído em 1947, na Conferência Econômica de Havana o Acordo Geral de Tarifas e Comércio (Gatt), com objetivo de estimular o comércio mundial, combatendo medidas protecionistas. Desde 1995, chama-se Organização Mundial do Comércio (OMC) e busca atuar próximo ao Bird, FMI e ONU, a aumentar sua influência nas questões comerciais mundiais.
Pode-se dizer, que, em seu tempo, esses organismos deveriam se encarregar de viabiizar a reconstrução do bloco capitalista e traçar novas diretrizes para a economia mundial nos anos que se seguiriam, garantindo a expansão de seu prestígio, garantindo o consumo e evitando novas crises, como a de 1929.
A Reordenação Internacional
A Organização das Nações Unidas (ONU) foi criada com o objetivo de preservar a paz e a segurança no mundo, além de promover a cooperação internaconal para resolver questões econômicas, sociais, culturais e humanitárias. Ela se constituiu em 1945 em substituição a Liga das Nações (criada após a I Guerra Mundial e que não evitou os conflitos que se seguiram Entreguerras e II Guerra Mundial) em Nova York quando representantes de 51 países aprovaram uma Carta de Princípios composta por 111 artigos. Atualmente conta com vários órgãos, dos quais os mais importantes são a Assembléia Geral e o Conselho de Segurança.
quarta-feira, 1 de setembro de 2010
Ciclo de Palestras sobre as obras Literárias do Vestibular na PUC-SP
Em setembro e outubro, a PUC-SP oferece um ciclo de palestras, com entrada franca, para vestibulandos interessados em saber mais sobre as obras literárias indicadas pelos vestibulares da PUC-SP, Fuvest e Unicamp. O evento, chamado Releituras – Ciclo de Palestras Vestibular e Literatura, ocorrerá na sala principal do Tuca, com capacidade para aproximadamente 700 pessoas.Ao todo, serão nove encontros (veja no quadro abaixo datas, temas e palestrantes), sempre aos sábados, com duração de duas horas e meia. Durante as duas primeiras horas, serão apresentados os dados mais relevantes sobre a obra e o autor em questãoo; a última meia hora é destinada a perguntas da platéia. Todas as palestras serão gratuitas e ministradas por professores da PUC-SP, especializados em Literatura.Além dos vestibulandos, o evento tem como público alvo estudantes de ensino médio em geral, professores de Literatura, professores de cursinho e pesquisadores da área.
Fique por dentro!
Datas: 4, 11, 18 e 25/9; 2, 9, 16, 23 e 30/10Horário: 10 às 12h30Local: Tuca (rua Monte Alegre, 1024 – Perdizes – www.teatrotuca.com.br)Inf.: (11) 3670-8321 e marketing@pucsp.br, com Carlos Casanova e Renato LaurentinoPromoção: Divisão de Comunicação Institucional da PUC-SP
Agenda das palestras
- Setembro4/9 - O cortiço, de Aluísio AzevedoProf. Erson Martins
11/9 - Memórias de um sargento de milícias, de Manuel Antônio de AlmeidaProf. Carlos Eduardo Siqueira
18/9 - Auto da barca do inferno, de Gil VicenteProf. Fernando Segolin
25/9 - Vidas secas, de Graciliano RamosProfa. Noemi Jaffe
- Outubro2/10 – Iracema, de José de AlencarProfa. Juliana Loyola
9/10 - Dom Casmurro, de Machado de AssisProfa. Maria Aparecida Junqueira
16/10 – Antologia poética, de Vinícius de MoraesProfa. Ana Salles
23/10 - Capitães da areia, de Jorge AmadoProfa. Noemi Jaffe
30/10 - A cidade e as serras, de Eça de QueirosProf. Carlos Eduardo Siqueira
Fonte: http://www.pucsp.br
sexta-feira, 13 de agosto de 2010
Aula 10: Geografia Econômica II
A Revolução Industrial dos séculos XVIII e XIX foi acompanhada por uma aceleraçao notável do processo de urbanização. Acelerou-se também a exploração dos recursos naturais necessários para sustentar a produção e o consumo crescentes, levando os efeitos do desenvolvimento das cidades para o mundo rural.
Denomina-se Urbanização a transformação dos espaços naturais e rurais em espaços urbanos, concomitante à transferência em larga escala da população do campo para a cidade - o que constitui o êxodo rural.
Desde a Antiguidade as cidades vem sendo erguidas: Ur e Babilônia (que datam de mais de 3000 anos atrás!), na Mesopotâmia, Roma (no início da era cristã já tinha mais de 1 milhão de habitantes), dentre outras. No Feudalismo, as cidades perderam importância devido à descentralização política e econômica decorrente do enfraquecimento das trocas comerciais. Porém, com o advento do Capitalismo comercial elas passaram a ganhar uma nova importância: o caráter de centro de negócios.
Ainda assim, antes de 1850 nenhum país poderia ser considerado predominantemente urbano e em 1900 somente o Reino Unido tinha conseguido tal façanha. Embora o fenômeno tenha se acelerado com as Revoluções Industriais, até o século XX foi um processo lento e circunscrito aos países de industrialização pioneira (Europa Ocidental, Estados Unidos e Japão).
Após a Segunda Guerra Mundial, o fenômeno urbano se intensificou, notadamente na América Latina, no Leste e no Sudeste Asiático. Ao mesmo tempo que grandes transformações ocorreram no espaço urbano, o meio rural também se modernizou. A consequência disto foi a migração da população rural para as cidades, decorrente de fatores diversos, tais como a concentração de terras, a mecanização agrícola, a busca por melhores condições de sobrevivência e a necessidade de acesso aos novos padrões de consumo que eram difundidos através do desenvolvimento urbano. Muitas vezes a população que chega às cidades, até hoje, não possuindo recursos ou muito menos especialização para o trabalho urbano, é levada à segregação social.
Com a Revolução Informacional que segue ocorrendo desde a década de 1970, o processo de urbanização descolou-se do fenômeno de industrialização. Nos países desenvolvidos e alguns emergentes tem havido um processo de descentralização industrial, onde as mesmas tem sido deslocadas para pequenas e médias cidades, apesar do crescimento robusto do setor de serviços, que guia o processo de urbanização de muitos lugares.
Historicamente, pode-se dizer que o processo de urbanização caminhou no mundo desenvolvido de forma mais lenta, se comparado ao subdesenvolvido, onde este crescimento, em muitos casos, ocorreu de forma desordenada. Nos países do antigo bloco socialista a urbanização teve um caráter diferenciado: A planificação econômica, por via de incentivos, procurava distribuir a população, fixando-a em cidades menores ou no campo, além de não ser permitida a livre iniciativa de empreendimentos privados. A partir dos anos 90, com o fim da Guerra Fria e abertura econômica e política, o processo de urbanização passou a se dar de forma similar a outros países.
Em todo o mundo há pequenas, médias e grandes cidades. Há aquelas mais bem equipadas e outras com infra-estrutura precária, onde não existe saneamento, pavimentação, transporte eficiente e/ou coleta de lixo. Apesar das diferenças de tamanho, da idade, do estilo de sua arquitetura, das funções que exercem, tendem a ficar cada vez mais parecidas, pois, através da globalização, intensificou-se a difusão de valores e modos de vida urbano-industriais do ocidente.
À medida que se desenvolvem, as cidades - especialmente aquelas que são capitalistas - obedecem a lógica de produção e reprodução do capital, procurando se desenvolver conforme as perspectivas de lucro dadas via disponibilidade de recursos naturais e humanos, mercado consumidor e infra-estrutura. Nesse contexto, algumas cidades têm vivenciado um acentuado crescimento das atividades econîmicas nos setores secundário e terciário, o que muitas vezes pode dar origem às conurbações (processo o qual o sítio urbano de uma cidade, em seu crescimento horizontal, integra-se materialmente a outro, formando uma metrópole).
Quando este processo provoca a fusão espacial de duas ou mais metrópoles, forma-se uma megalópole, aglomerações urbanas com elevado grau de complexidade nas atividades, como transportes - transportes modernos e eficazes, malha viária adequada, vias de circução rápida, aeroportos -, infra-estrutura - abastecimento de água e coleta de esgoto, pavimentação, ditribuição de energia - e sistemas de comunicação e transmissão de dados bem desenvolvidos, intenso fluxo de pessoas e mercadorias, sistemas financeiros - bancos, bolsas de valores, escritórios de grandes corporações, etc.
A primeira megalópole do mundo surgiu na costa leste dos Estados Unidos e recebeu o nome de Bos-Wash, sendo uma mancha urbana que vai de Boston a Washington, envolvendo metrópoles como Nova York, Filadélfia e Baltimore. Nesse país, aliás, ocorre atualmente a tendência de descentralização espacial da atividade industrial, o que tem feito surgir áreas de desenvolvimento urbano recentes, baseadas em alta tecnologia, como são os exemplos das novas regiões industriais da Califórnia, como o Vale do Silício. No litoral sudeste do Japão está a maior megalópole do mundo, que tem cerca de 900 km de extensão! Ela é Tokaido e vai de Tóquio a Kitakyushu , ao sul do arquipélago.
No fim da década de 1980, com o início da atual fase da globalização econômica, algumas cidades do mundo capitalista adquiriram condição de cidades globais. São metrópoles onde a tecnologia, a infra-estrutura e os sistemas informacionais permitem a perfeita integração com movimentos financeiros e negócios em tempo real. Por exemplo, muitas negociações de ativos cujas empresas tem operações realizadas na Bolsa de Valores de São Paulo, cidade global, são feitas online. Portanto, esses espaços geográficos configuram grandes centros de conectividade, contanto com o que há de mais eficaz em conexão à rede mundo de computadores, em banda larga, transmissão de dados por fibra ótica, satélites de comunicaçã etc. Esses grandes centros econômico-financeiros contam com unidades dos grandes bancos internacionais, mercado financeiro e evelado volume de investimentos de capitais. Isso sinaliza uma rede urbana mundial hierarquizada, com a finalidade de garantir a circulação de capitais e mercadorias.
Na rede urbana nacional ou regional, as cidades polarizam o espaço territorial, dependendo de sua capacidade de gerar negócios, produtos e serviços. Denomina-se área polarizada por uam cidade a área que está sob sua influência e, assim, pode-se estabelecer uma hierarquização entre as mesmas, no espaço regional, nacional e até global. As cidades de maior porte e mais desnevolvidas ocupam posição privilegiada em relação às menores. Ao se compararem países ricos e pobres constata-se que os problemas urbanos possuem intensidades diferentes , dependendo da quantidade de recursos disponíveis para a melhoria dos serviços urbanos.
Nas cidades do mundo capitalista, em países ricos e pobres, o espaço urbano é propriedade - estatal ou privada. Portando, se um cidadão pretende habitá-l, deve adquirir uma residência ou um terreno ou, ainda, locar um imóvel. Esse fator, muitas vezes, é algo limitante à uma população de baixa renda, a quem restam poucas alternativas: ficar à mercê de ações cujo agente é o poder público; ocupar prédios abandonados, formando os chamados cortiços; invasão e consequente formação de favelas; até endividamento com o sistema creditício. Isso faz da questão habitacional um problema social urbano grave e que atinge uma parcela grande da população carente que mora nas cidades.
Assim, outra temática patente é com relação a questão dos transportes urbanos. Desenvolvidos com a finalidade de permitir a circulação de pessoas, mercadorias, capitais, interligando áreas residenciais, comerciais, industriais e de lazes, nos países ricos, onde os recursos são mais vultosos, a expansão da malha viária permite mais equilibrada distribuição da população: Linhas metroviárias, ferrovias, auto-estradas encurtam as distâncias entre as zonas urbanas. Nesses países não há só um elevado investimento em transportes como um excelente padrão de conservação e tecnologia de seus equipamentos. Nos países subdesenvolvidos osn meios de transporte são, em muito, insuficientes para a sua demanda. Com força desde o início da década de 1950 nesses países, a indústria automobilística fez dos veículos de passeio um objeto de desejo de consumo, estimulando o transporte individual em detrimento ao coletivo, que passou a ser considerado obsoleto. Paradoxalmente, sua precariedade fez com que ficassem dependentes as populações de baixa renda, também, do automóvel. O resultado são os infidáveis congestionamentos e o crescente aumento do número de acidentes de trânsito e de suas vítimas.
O consumo desenfreado de combustíveis fósseis agrava a poluição da atmosfera nos centros urbanos, além de tirar anos de vida de milhares de seres humanos. Aparentemente, a única solução para o caos do trânsito urbano nas grandes metrópoles está na "reinvenção" dos sistemas coletivos, com a instalação de sistemas integrados de transporte, associando em uma única malha diversos modais, como ônibus, trens, metrô, a custos menores para a população.
A deterioração das condições socioeconômicas e culturais tem modificado o perfil urbano, estabelecendo verdadeiros "enclaves fo rtificados", que podem ser residenciais fechados, shopping centers e grandes condominios cercados, no interior das manchas urbanas. Ocorre, concomitante, o adensamento das favelas sob tutela de novas ordens estabelecidas, dadas, às vezes, por grupos ligados ao tráfico de drogas. Isso tematiza a questão de violência urbana, que associa, em uma complexa teia, problemas de diversas naturezas, como as drogas, o desemprego, a desigualdade social, a falta de efetivos, equipamentos e treinamento adequado para órgãos de segurança, permitindo a corrupção política, policial, impunidade, morosidade da justiça, entre outras consequencias.
Urbanização no Brasil
A intensa urbanização que vem ocorrendo no Brasil, especialmente a partir de 1950, tem sido acompanhada por um processo de metropolização, isto é, concentração demográfica nas principais áreas metropolitanas do país. Isso significa que as grandes cidades, as metrópoles, crescem a um ritmo superior ao das pequenas e médias cidades. Assim, quando somamos a população das nove principais cidades do país - São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador, Fortaleza, Recife, Porto Alegre, Curitiba e Belém. Juntamente com as cidades que pertencem às suas respectivas áreas metropolitanas, verificamos que, em 1950, elas reuniam por volta d e18% da população nacional em 1970, esse número subiu para 25% e, em 1995, para cerca de 31% da população total do Brasil.
Com o crescimento acelerado dessas grandes cidades e com os processo de conurbação que nelas frequentemente ocorrem, certos problemas urbanos - como os transportes, água, esgotos, uso do solo, etc. - não devem ser tratados isoladamente em cada cidade vizinha, mas em conjunto. Daí surgiu a definição de áreas ou regiões metropolitanas: "um conjunto de municípios contíguos e integrados socioeconomicamente a uma cidade central, com serviços públicos e infra-estrutura comuns." Elas foram estudadas pelo IBGE e definidas por duas leis, em 1974 e em 1975, e existem no Brasil em número de nove.
Assim cada uma dessas nove áreas metropolitanas possui um planejamento integrado de seu desenvolvimento urbano, que é elaborado por um conselho deliberativo, nomeado pelo governo de cada Estado, auxiliado por um conselho consultivo, formado por representantes de cada município integrante da região metropolitana. Procura-se desse modo, tratar de forma global certos problemas que afetam o conjunto da área metropolitana e que anteriormente ficavam a cargo apenas das prefeituras de cada município.
A urbanização brasileira, só começou a ocorrer no momento em que a indústria tornou-se o setor mais importante da economia nacional. Assim, representa um dos aspectos da passagem de uma economia agrário-exportadora para uma economia urbano-industrial, fato que só ocorreu no século XX e intensificou-se a partir de 1950.
Essa transformação do Brasil, que deixou de ser um país agrário e rural para tornar-se um país urbano industrial, embora ainda subdesenvolvido, apresenta também inúmeros outros aspectos. Por exemplo: as camadas sociais dos fazendeiros e grande comerciantes exportadores deixaram de ser dominantes politicamente, isto é, perderam sua influência sobre o governo em favor das industrias, banqueiros e diretores de grandes estatais.
Cessou também o predomínio do campo sobre a cidade, no sentido de que os principais interesses econômicos e a maior força de trabalho do país estão localizados no meio urbano, de cuja atividade industrial e bancária o meio rural tornou-se subordinado.
Essa subordinação do campo em relação à cidade manifesta-se de várias maneiras:
I. O campo é um fornecedor de mão-de-obra e gêneros alimentícios para o meio urbano; agora não mais se comercializam apenas os excedentes nas cidades, como ocorria no período colonial, mas produz-se essencialmente para o comércio urbano;
II. O setor agrário de exportação continua a ser importante para a economia nacional, mas agora sua renda é utilizada principalmente para pagar as importações de maquinaria ou petróleo para o setor industrial (e a dívida externa do país, que em grande parte foi gerada por esse setor), e não mais para se importar bens manufaturados de consumo, que já são fabricados internamente;
III. A importância cada vez maior que assumem certos insumos procedentes do meio urbano, como fertilizantes e adubos - além de crédito bancário e máquinas agrícolas -, também caracteriza a sujeição do campo a cidade.
Além de passar a comandar o meio rural que lhe é vizinho (ou às vezes até aqueles bem distantes, como é o caso das metrópoles), as cidades também estabelecem entre si uma rede hierarquizada, isto é, um sistema de relação econômicas e sociais em que umas se subordinam a outras. Em outras palavras, a modernização do país, resultado do crescimento da economia urbano-industrial, produziu uma divisão territorial do trabalho que subroniana campo à cidade, bem como as cidades menos às maiores estabeleceu-se, portanto, um sistema integrado de cidades, em que há um hierarquia: as cidades pequenas (em grande número) dependem das médias (em número menor); estas, por sua vez, subordinam-se às grande cidades ou metrópoles (poucas).
No cume desse sistema hierarquizado de cidades, situam-se as duas únicas metrópoles nacionais: São Paulo e Rio de Janeiro. Elas exercem uma polarização sobre todo o território brasileiro, praticamente comandando a vida econômica e social da Não com suas indústrias, universidades, bancos, bolsas de valores, imprensa, grande estabelecimentos comercia, etc. E, como elas se localizam relativamente próximas (em relações as definições do território brasileiro), existindo em torna da via Dutra uma área intensamente urbanizada, onde estão cidades como São José dos Campos, Taubaté, Lorena, Volta Redonda e outras, convencionou-se nos últimos anos que ali se formou uma megalópole. De fato, essa área superubanizada que vai de São Paulo até o Rio de Janeiro e que abrange cerca de 46.000 km2 (cerca de 0.5% do território nacional) abriga cerca de de 22% da população total do país, mais de 50% dos automóveis e perto de 60% da produção industrial do Brasil.
Logo abaixo das metrópoles nacionais, mais acima de todas as outras cidades, surgem as sete metrópoles regionais - grande cidades que polarizam extensas regiões: Porto Alegre, Curitiba, Belo Horizonte, Salvador, Recife, Fortaleza e Belém.
Nessa escala hierárquica da rede urbana brasileira aparecem em seguida as capitais regionais, cidade que polarizam uma parcela da região comandada pelas metrópoles regionais. Elas e são assim, subordinadas tanto às metrópoles nacionais quanto a uma metrópole regionais (dependendo de onde se localizam) e exercem influência sobre uma área extensa, com inúmeras cidades pequenas e médias, além das áreas rurais ao seu redor. Exemplos: Manaus (AM), polarizada pela metrópole regional da Amazônia Brasileira - Belém -, mas que, por sua vez, influencia uma vasta área (a porção ocidental da Amazônia); Londrina (PR) subordinada a Curitiba contudo exercendo uma ação polarizada sobre todo o norte do Paraná. Outros exemplos: Ribeirão Preto (SP), Cuiabá (MT) Florianópolis (SC), Caxias do Sul (RS), Goiânia (GO), Blumenau (SC), Campinas (SP), Campo Grande (MS), etc.
A seguir temos os centros regionais, cidades médias polarizadas pelas capitais regionais, que, por sua vez, polarizam uma grande quantidade de pequenas cidades. As cidades médias existem em número bem maio do que aquelas a que estão subordinadas (as capitais regionais), constituindo várias centenas em todo o território nacional Alguns exemplos: Jales (SP), Vacaria (RS), Andradina (SP), Anápolis (GO), São João da Barra (RJ), Formiga (MG), Rolândia (PR), entre outras.
Essa rede urbana brasileira, com uma hierarquia que vai das metrópoles nacionais (apenas duas), até as cidades locais (milhares), é um sistema integrado de cidades que está se formando e não configura ainda uma realidade completa. Isso porque o território brasileiro é imenso e algumas extensas áreas, como a Amazônia, ainda são pouco povoadas. Além do mais, as desigualdades regionais de desenvolvimento são muito acentuadas no país, com uma notável concentração das riquezas no Centro-Sul, especialmente em São Paulo. Esses fatos fazem com que a rede urbana não seja totalmente articulada em toda a extensão do território nacional; em algumas áreas, como em São Paulo, esse sistema integrado de cidades existe de forma quase perfeita, mas em outras áreas como na Amazônia, por exemplo, a densidade urbana (quantidade de cidades em relação ao espaço( é pequena e as comunicações entre as cidades, muito precárias.
O sistema urbano articulado é fruto da divisão territorial do trabalho entre o campo e a cidade e entre cidades com recursos (população, equipamentos urbanos) diferente. Esse sistema urbano só se completará quando a indústria se tornar o setor dominante em todo o território, desde que este seja totalmente ocupado e se torne economicamente produtivo. Assim, só existe de forma completa nas áreas de maior desenvolvimento industrial; nas áreas de baixa industrialização, ou naquelas ainda pouco ocupadas, a rede urbana é pobre e desarticulada.
É importante, para entender essa rede urbana, lembrar que os critérios para classificar uma cidade não são rígidos, mas dependem da região em que ela se localiza. Assim, nas áreas de maior industrialização e maior densidade urbana - sobretudo com cidades bem mais equipadas -, o nível de exigências para se considerar um centro urbano como metrópole é bem maior que nas áreas pouco povoadas. Por exemplo, Campinas é uma cidade bem mais industrializada do que Belém e possui equipamento urbano (aeroporto, movimento bancário, universidade, comércio, etc.) superior ao da capital paraense, no entanto, essa cidade paulistana não é uma metrópole regional, e isso se deve à sua localização, próxima de São Paulo. Da mesma forma, algumas cidades consideradas apenas centros regionais em São Paulo poderiam ser capitais regionais se estivessem localizadas na Amazônia. E, inversamente, algumas cidades locais da Amazônia (que são sedes de municípios enorme), se estivessem no Centro-Sul do país, seriam menos povoadas ou vilas.
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domingo, 1 de agosto de 2010
Gabarito das Questões da Aula 8
População é o conjunto de pessoas que residem em determinado espaço geográfico. Já o conceito de nação relaciona-se a etnia, grupo de pessoas que possuem a mesma história e cultura.
2. Que fatores influenciam no crescimento populacional? Por que, com a urbanização, há uma queda nos índices de mortalidade e natalidade?
O Crescimento populacional de um lugar é influenciado pelo Crescimento Vegetativo (nº de nascimentos – nº de mortes) e Taxa de Migração (nº de entrada de pessoas – nº de saída de pessoas). Com o fenômeno da urbanização, há queda nos índices de mortalidade devido à melhoria nas condições sanitárias e a evolução da medicina, bem como também decai a natalidade devido ao custo de vida elevado, ocupação feminina e maior acesso à métodos anticoncepcionais.
3. Explique, suscintamente, as conclusões a que os grupos teóricos das três teorias populacionais chegaram?
Em linhas gerais, pode-se afirmar que os Malthusianos creditavam ao ritmo de crescimento populacional maior, comparado ao ritmo de crescimento da disponibilidade de alimentos, a responsabilidade pela insalubre condição de sobrevivência, caracterizado pela fome. Assim, revisitando Malthus, os Neomalthusianos do século XX responsabilizavam o crescimento populacional desenfreado pelo subdesenvolvimento. De forma inversa, os Reformistas responsabilizavam a condição de subdesenvolvimento pelo crescimento populacional desenfreado. Vale ressaltar que, ao comparar as conclusões dos dois últimos grupos teóricos, há inversão na relação de causa (responsável) e consequência (efeito).
4. "Dizer que um país é povoado é a mesma coisa que dizê-lo populoso.". Esta afirmação está correta? Explique.
Não, esta afirmação está incorreta. Pode-se dizer isso de acordo com a idéia de que, populoso, faz alusão à População Absoluta do país (Número absoluto), assim como povoado está relacionado à População Relativa (Número de habitantes por quilômetro quadrado). Assim, é possível que um país não populoso mas que tenha uma densidade demográfica elevada, resultado do tomanho de sua porção territorial, seja um país povoado, assim como o é a Holanda.
5. Quais são as causas e os efeitos dos movimentos populacionais?
Os movimentos populacionais, ou seja, o deslocamento de pessoas entre países, regiões, cidades, é um fenômeno que pode ter como causa a escolha livre, perseguição - religiosa, étnica ou política - e controle do território por parte do Estado, bem como suas consequências podem ser demográficas (aumento da população e lugar de atração; diminuição em lugar de repulsão) e culturais (fusão de línguas, religião, costume).
6. Diferencie, com ajuda de um desenho simplificado, a pirâmide etária típica de um país subdesenvolvido e de um país desenvolvido.
Se a pirâmide apresenta um aspecto triangular, pode-se deduzir que há alta taxa de natalidade e baixa expectativa de vida, caracterizando o país como típico subdesenvolvido. Assim, uma pirâmide que não apresente grande diferença do topo a base permite inferir que há baixa taxa de natalidade e alta expectativa de vida, caracterizando o país como tipicamente desenvolvido.
7. Estabeleça as relações entre os seguintes fenômenos: Êxodo Rural e Migração Pendular.
O êxodo rural pode ser relacionado com a migração pendular, uma vez que o primeiro pode ser considerado causa do fenômeno de urbanização e outro, consequência. Isso ocorre, em linhas gerais, pois a urbanização, caracterizada pela concentração populacional nas cidades, ocorre fundamentalmente através da expulsão do trabalhador rural para os centros urbanos, seja via melhores condições de sobrevivência, seja via mecanização do trabalho rural. Como consequência, o "inchaço" populacional característico de algumas cidades condicionou parte da população a estabelecer moradia em cidades próximas a estes centros urbanos - o que acarretou na expansão das mesmas e conjurou zonas metropolitanas - bem como preservarem laços profissionais nas grandes cidades, ocasionando a necessidade de trânsito diário inter-município.
sexta-feira, 30 de julho de 2010
Aula 9: Geografia Economica I
sexta-feira, 16 de julho de 2010
Aula 8: Geografia da População
População é o conjunto de pessoas que residem em determinada área. Esse espaço geográfico pode ser um bairro, um município, um estado e até o planeta todo. Ela pode ser classificada segundo vários aspectos, tais como: religião, etnia, local de moradia (urbana ou rural), atividade econômica (ativa ou inativa), faixa etária e gênero. Não se deve confundi-lo com o conceito de nação, que aqui será tratado como etnia (grupo de pessoas que possuem a mesma história e cultura). A exemplo, no brasil existem diversas nações indígenas minoritárias, os Tupiniquim, os Tupinambá, os Caiapó, os Cariri, os Xavante, etc.
A População Absoluta é número total de habitantes, enquanto a População Relativa é o número de habitantes por quilômetro quadrado. Esse conceito também é denominado Densidade Demográfica.
Quando nos referimos à população de um país, podemos considerar os conceitos de País Populoso e País Povoado, que envolvem, respectivamente, População Absoluta e População Relativa. Um país muito populoso (por exemplo, China, Índia, Estados Unidos, Indonésia, Brasil, Rússia etc.) envolve uma população numerosa em números absolutos, bem como um país muito povoado envolve uma população numerosa em número relativos (Indonésia, Holanda, por exemplo). Às vezes um país pode tanto ser populoso como povoado, mas isso nem sempre ocorre (caso da Rússia, por exemplo).
Teorias de Crescimento Demográfico
A Teoria Malthusiana, de 1798, fora escrita pelo economista inglês Thomas Malthus e se baseava em duas idéias: A população cresce em Progressão Geométrica (2, 4, 8, 16, 32...sim, a PG da Matemática!) e, tenderia, em não caso de guerras, epidemias, a duplicar a cada 25 anos. Ao mesmo tempo, a produção de alimentos cresceria apenas em Progressão Aritmética (2, 4, 6, 8, 10...claro, a PA da Matemática...) e possuiria um certo limite de produção, por depender de um fator fixo, que é a extensão do espaço geográfico. Malthus concluiu que o ritmo de crescimento da população seria mais acelerado que o da produção de alimentos e previu o esgotamento das áreas cultivadas enquanto a população continuaria em expansão. A conseqüência disso seria a fome e a falta de alimentos. Como crítica, pode-se dizer que, apesar do rigor de sua idéia, Malthus, pastor anglicano, desconsiderou as possibilidades de desenvolvimento de tecnologias aplicadas à agricultura, o que, nos séculos que se seguiram, nos permitiu observar a elevação da produtividade da terra e os efeitos decorrentes da urbanização e evolução demográfica.
A Teoria Neomalthusiana data do fim da Segunda Guerra Mundial e conclui, de forma similar a Malthus, que a superpopulação dos países causaria dificuldades à sociedade. Isso estaria resumido na pobreza de alguns países. Novamente os teóricos explicavam o subdesenvolvimento pelo crescimento populacional. Isto provocaria a elevação dos gastos governamentais com os serviços de educação e saúde e comprometeria a realização de investimentos nos setores produtivos, dificultando o desenvolvimento econômico.
A Teoria Reformista ou Marxista, assim, surge como contrapartida a Teoria Neomalthusiana. Segundo os defensores dessa corrente, a superpopulação de alguns países é que é consequência da pobreza e subdesenolvimento dos países e não, como afirmam os neomalthusianos, a causa.
Crescimento Populacional e Urbanização
A natalidade descontrolada era altíssima, bem como era alta a taxa de mortalidade, observado via guerras, epidemias e baixas condições sanitárias e de higiene.
Reduzem-se os índices de mortalidade motivados por diferentes razões ligados à urbanização: melhoria nas condições sanitárias, a evolução da medicina, resultando num aumento da expectativa de vida. Porém, os índices de natalidade ainda continuam elevados. Em muitos países, essa fase teve início concomitante ao início de seus processos de industrialização, sendo ainda característico em muitos países subdesenvolvidos.
Inicia-se uma queda na taxa de natalidade características de países onde predomina a ocupação urbana: Alto custo de vida, trabalho feminino, maior acesso à métodos anticoncepcionais.
Fase 4
As taxas de natalidade caem à níveis tão baixos quanto os índices de mortalidade. Estabilizado o crescimento populacional.
Resultado: Pouco ou nenhum crescimento vegetativo.
Para uma fase 5?
Enquanto o modelo original de Transição Demográfica descrito por Warren Thompson apresenta apenas quatro fases, atualmente se aceita uma possível quinta fase, onde a taxa mortalidade, apesar de baixa, superará a natalidade, com esta beirando a 0, uma vez que o alto custo familiar implica na opção pelo mínimo de filhos para manter o padrão de vida. Esse efeito é muito temido por economistas, e já está iniciado em países como a Alemanha, Itália, França, pois com crescimento vegetativo negativo, a população caminha para um futuro próximo com muito mais idosos do que jovens.
No Brasil, pode-se destacar que a diminuição do crescimento vegetativo, decorrente da baixa mortalidade unida à redução da natalidade tem ocorrido, principalmente, desde meados da década de 1960. A transição demográfica que caracteriza o Brasil acelerou-se, assim, na década de 1970, conforme aumenta a expectativa de vida e estabilizam-se as taxas de natalidade e mortalidade.
Estrutura Etária
Algumas características econômicas e sociais de um país podem ser observadas na estrutura etária de sua população. Para se poder fazer esse tipo de análise, deve-se entender que a pirâmide etária, o tipo de representação gráfica mais comum para as diferentes faixas de população população aparece em faixas de idade divididas, geralmente, de 5 em 5 anos onde, cada uma dessas faixas tem seu valor correspondente em quantidade de pessoas ou em % da população, expresso através do tamanho da barra.
Como observamos no item sobre Transição Demográfica, alguns países tem o Crescimento Vegetativo mais elevado, em sua maioria atual, subdesenvolvidos, bem como aqueles que tem o Crescimento Vegetativo Baixo ou Nulo são os países desenvolvidos.
Assim, podemos dizer que uma pirâmide etária com base muito larga e ápice muito fino representa uma população que ainda sofre com altas taxas de mortalidade e natalidade e baixa expectativa de vida. Já uma pirâmide etária de países sem essas problemáticas, e alta expectativa de vida parece ter uma população mais bem distribuída em todo o gráfico etário.
Segue a imagem:
O deslocamento de pessoas entre países, regiões, cidades é um fenômeno antigo, aplo e complexo e envolve as mais variadas classes sociais, culturas e religiões. A Geografia busca identificar esses movimentos e analisar seu fundamento causal. Existem, por exemplo, causas naturais, religiosas, políticas que são associadas a esses movimentos de deslocamento. Porém, o que tem se verificado é uma predominância histórica relacionada a fatores de ordem econômica, os quais denominam quais são as áreas de repulsa populacional - áreas de crescnte desemprego, subemprego e piores condições de vida - e aquelas de atração populacional - melhores perspectivas de emprego, salários e vida.
Há diferentes movimentos populacionais: voluntário, quando o movimento é livre; forçado, como em casos de perseguição religiosa, política ou étnica; e, por fim, controlado, quando o Estado controla numéricamente ou ideologicamente a entrada e a saída de migrantes.
Qualquer deslocamento de pessoas traz consequências demográficas - número de habitantes aumenta nas áreas de atração e diminui nas de repulsão - e culturais - língua, religioão, culinária, arquitetura, etc. Enquanto se limitam a aspetos culturais, as consequências costumam ser positivas. Porém, a face perversa dos movimentos migratórios surge com o crescimento dos conflitos relacionado à xenofobia (ódio do estrangeiro). Em muitos lugares, os movimentos separatistas e neonazistas têm aumentado de modo considerável. A Europa, em 2004, era a maior receptora de imigrantes do planeta (54 milhões), seguida pela Ásia (41 milhões) e América do Norte (40 milhões).
A Migração no Brasil
De acordo com a historiografia brasileira, os movimentos migratórios, desde o período da colonização está asociado a fatores econômicos. Quando terminou-se o ciclo da cana-de-açúcar no Nordeste, por volta de 1700, iniciou-se um movimento de emigração dessa região, a acompanhar o novo ciclo que se estabelecia a região Sudeste, mais precisamente em Minas Gerais: o ciclo do ouro.
Mais tarde, o ciclo do café e o processo de industrialização transforou o eixo Rio-São Paulo no maior pólo de atração de imigrantes, incluindo brasileiros e estrangeiros. Somente a partir da década de 1970, com o início de políticas públicas de incetivo à ocupação da região Norte e Centro-Oeste e fenômenos de descentralização e desconcentração industrial é que o fluxo migratório interno começou a se diversificar e diminuir, com relação ao Sudeste.
O que parece estar se verificando é que, qualquer egião do país que receba investimentos produtivos públicos ou privados, que aumentem a oferta de emprego, receberá também pessoas dispostas a preencher os novos postos de trabalho. Esse movimento tem feito "pipocar" médios centros urbanos no inteior de São Paulo - Campinas e região, Ribeirão preto, Sorocaba e São José dos Campos.
Estima-se que entre 1950 e 2000, 50 milhões de brasileiros rocaram o campo pela cidade. Esse êxodo rural precarizou a vida urbana, ao mesmo que mecanizava a agricultura, expulsando cada vez mais mão-de-obra do interior para as cidades e concentrando a posse de terra. O processo de industrialização, no Brasil, caracterizado classicamente pela insuficiência de investimentos públicos em infra-estrutura (habitação, áreas de lazer, saúde, educação, etc.) concomitante à entrada crescente de população nas cidades fez esta crescer desmensuradamente, o que reduziu os vazios demográficos nos limites desses grandes centros urbanos, dando origem às regiões metropolitanas (conjuntos de cidades com forte integração socio-econômica) onde pode-se observar os movimentos de migração pendular (Movimento diário da população de uma cidade, onde mora, para outra, onde trabalha).
No caso do brasileiro imigrante para o estrangeiro, os países que mais os tem recebido são Estados Unidos, Japão e Europa (em especial Portugal, Espanha, Itália e Alemanha), entre outros, uma vez que, comparado à esses países, os salários e as condições de vida no Brasil, não eram, pelo menos até algum tempo atrás, tão atrativos. Já no caso dos emigrantes, pode-se destacar os bolivianos como a principal nacionalidade a incorporar a população brasileira.
Ocê pricisa sabê...
1. Explique a diferença entre população e nação.
2. Que fatores influenciam no crescimento populacional? Por que, com a urbanização, há uma queda nos índices de mortalidade e natalidade?
3. Explique, suscintamente, as conclusões a que os grupos teóricos das três teorias populacionais chegaram?
4. "Dizer que um país é povoado é a mesma coisa qu dizê-lo populoso.". Esta afirmação está correta? Explique.
5. Quais são as causas e os efeitos dos movimentos populacionais?
6. Diferencie, com ajuda de um desenho simplificado, a pirâmide etária típica de um país subdesenvolvido e de um país desenvolvido.
7. Estabeleça as relações entre os seguintes fenômenos: Êxodo Rural e Migração Pendular.